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QI Quadros Interactivos

Page history last edited by Jorge Penso 14 years, 5 months ago

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os Quadros Interactivos Multimédia

 

QIM

 

 

Trabalho Final

 

uc

 

Aprendizagem e Tecnologias do MPEL – 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                       Aluno

 

                                                                       Carlos Jorge de Jesus Gonçalves Penso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadros Interactivosferramentas pedagógicas

 

 

            Resumo

 

            Este artigo elaborado no âmbito da unidade curricular Aprendizagens e Tecnologias do MPEL03 da Universidade Aberta, pretende fazer uma abordagem relativamente ao papel que os Quadros Interactivos Multimédia (QI ou QIM), no 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, poderão desempenhar nas metodologias de ensino, na concepção de materiais de modo a desenvolverem competências cognitivas, na valorização e implementação de pedagogias activas e também a possibilidade em constituírem um contributo importante para o desenvolvimento da literacia digital dos jovens e como consequência das futuras gerações de portugueses.

                       

            Introdução

 

            Os Quadros Interactivos Multimédia (Q.I), são dispositivos que ligados a um computador e a um projector digital, permitem conceber uma outra forma de trabalhar no ensino  os mais variados conteúdos, Podem ser também importantes ferramentas para a formação, apresentações, conferências, seminários

 

         A informação e aplicações dos que estão no computador, passam para o QI através do projector digital, podendo ser trabalhadas e manipuladas no Quadro, através de uma “caneta”  (ou outro dispositivo) que funciona como um rato, possibilitando executar as aplicações, acrescentar notas / informações, fazer remoções, aceder à Internet clicando nos ícones dos browsers que aparecem projectados no QI, funcionando na superfície como barras de ferramentas, Tudo o que acontece aí pode em seguida ser guardado, imprimido, ou distribuído para os alunos através de e-mail, ou para uma página da Net.

Este equipamento informático, constitui assim uma nova possibilidade de trabalho, implementar diferentes  formas e estratégias no processo ensino/aprendizagem, fomentando também novas formas de participação e de dinamização.

Existem alguns estudos que defendem o uso desta tecnologia por ter efeitos muito positivos nas aprendizagens dos alunos, aumentando os níveis de atenção e motivação

GERARD (1999) refere que o uso do Q. I.  aumenta a alegria e motivação nas aulas para professores e alunos, ao permitir um uso mais variado e dinâmico .dos recursos. LEVY (2002) refere que aumenta a motivação dos alunos e professores e YAGER (1991) acredita que apresentações multissensoriais aceleram e aumentam a compreensão e que, além disso, prendem por mais tempo a atenção dos alunos. SMITH refere que os Q. I. obrigam os professores e outros agentes de ensino a ganharem competências no domínio das TIC [0]

 

 

  QI4 por você. 

 Através de algumas funções electrónicas, os professores, formadores ou dinamizadores, têm a possibilidade de criar lições inspiradoras e dinâmicas ao incorporar uma combinação de ficheiros de texto, imagens e som, assim como links para aceder directamente à Internet.

Isto pode proporcionar uma grande interactividade, interdisciplinaridade, interacção social. Contudo, para que isto seja possível, importa que os professores saibam usá-lo correctamente do ponto de vista pedagógico, não como mais um dispositivo tecnológico mas sim um instrumento para o desenvolvimento cognitivo.

Mas, claros que, sem o domínio e as competências informáticas que permitam usufruir das suas potencialidades, ficam em causa os seus verdadeiros objectivos educativos.

 

Desenvolvimento

 

            1 –  Enquadramento Pedagógico

 

“A tecnologia só é tecnologia para quem nasceu antes dela ter sido inventada.” (frase atribuída a  Alan Kay)

            Este investigador dos sistemas interactivos, afirma que "o computador é o primeiro metamedium, e por isso tem graus de liberdade para representação e expressão, nunca antes reunidos num único instrumento." Referiu, ainda, que os programas integrados para processamento de texto, elaboração de desenhos, folha de cálculo, simulações, obtenção de informação e comunicação à distância, serão o papel e o lápis de um futuro próximo. Sugeriu, por isso, que as crianças o utilizem o mais cedo possível. [1]

            Grandes teóricos da psicologia e das Ciências da Educação como Jean Piaget, Lev S. Vygotsyky, Seymour Papert entre outros, defendem a necessidade de desenvolver novas forma de motivação, de desenvolver a participação activa dos aprendentes, de estimular a criatividade, o trabalho colaborativo. e fomentar uma autêntica interacção entre os alunos, o professor e os conteúdos a aprender. Já com a criação do programa LOGO, Papert coloca o computador no lugar não apenas de uma ferramenta tecnológica mas de um meio para o desenvolvimento cognitivo (mindtool) ao serviço da educação.

            As  tecnologias podem então ser boas ou más de acordo com o contexto e a forma como são utilizadas, tal como  realça Pierre Levy (1997) [2]. O seu valor educativo é acima de tudo uma questão pedagógica. Entendendo o uso dos QIM, numa perspectiva construtivista ou construcionista o aluno será parte activa na construção do seu saber e competências.  Estas teorias não têm que ser entendidas  como “ingénuas” ou “radicais” , na perspectiva que lhes atribui o Professor Nuno Crato [3] pois assim poderia correr-se o risco de os QIM, se tornarem mais uma ferramenta de ensino “monopolizada pelo professor como uma nova tecnologia ao serviço das mais velhas pedagogias” [4]

            A introdução destas tecnologias têm sido amplamente estudados e documentados em diversos países, e a sua mais valia reconhecida.  Estudos, realizados por universidades do Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, demonstram o maior envolvimento dos alunos, o aumento da motivação, a promoção da aprendizagem colaborativa (com o incremento das interacções entre pares). Com isto sai  reforçado  o papel do professor com mediador (sem necessariamente, sobretudo nestes graus de ensino, deixar de ter outros papéis)  e como consequência, obter resultados positivos na eficiência dos processos de ensino e de aprendizagem.

            Inicialmente, deverão ser evitados dois tipos de desvio: o desvio tecnicista e o desvio produtivista. O primeiro consiste em fazer crer que a partir do momento em que a pessoa sabe utilizar uma máquina, já sabe transformá-la numa ferramenta pedagógica. O desvio produtivista consiste em acreditar que o objectivo principal é fazer produtos muito originais (CARRIER, J.-P. (2000) L’école et le multimédia, Paris : Hachette Education.).

 

2 - Os QI e o papel do professor

Tal como outra tecnologia de comunicação e informação em geral os impactos positivos dependem da maneira como os QI são usados. GLOVER e MILLER (2001) identificam três níveis de alterações pedagógicas no uso dos QI:

• Aumento da eficiência do ensino.

• Permite um estudo mais extensivo.

• Transforma o ensino                           

            São assim bem-vindos os planos de apetrechamento das nossas salas de aula com este tipo de equipamentos previstos nomeadamente no Plano Tecnológico para a Educação (PTE). Parece-me pois fundamental que, a par do apetrechamento, se criem condições para que os professores possam responder aos desafios colocados pelo PTE, potenciando os benefícios da tecnologia em reais mudanças de práticas que possam constituir mais valias significativas da qualidade e eficiência da Educação. A Formação Contínua de docentes é , a par de uma motivação para a auto-aprendizagem, uma das condições essenciais para a concretização destas finalidades A nova literacia da Sociedade da Informação, não dispensa o bom uso das TIC, e a Escola tem aí um papel essencial para dar cumprimento a um dos pilares do Plano Tecnológico para Inovar Portugal, saído da Estratégia de Lisboa em 2000 – “Qualificar os portugueses para a sociedade do conhecimento, fomentando medidas estruturais vocacionadas para elevar os níveis educativos médios da população, criando um sistema abrangente e diversificado de aprendizagem ao longo da vida e mobilizando os portugueses para a Sociedade de Informação”

Com a disponibilização de equipamentos e recursos multimédia às escolas, os professores e formadores confrontam-se com  questões,  problemas e  situações às  quais procurarão responder. Neste contexto,  os  QIM deverão  contribuir para  novas praticas e  pedagogias.

Pela observação desta tabela, os QI deverão ser situados no paradigma 2, porque é nessa contextualização que se tornam mais valias e se assumem como promotores da interactividade na sala de aula.

            QUADRO 1 - Paradigmas de análise da qualidade na educação

 

Paradigma 1

Paradigma 2

Tradicional

Contextual

Externo

Interno (em diálogo)

Orientado para o produto

Orientado para os contextos, os processos e os produtos

Não colaborativo

Colaborativo

Estático

Dinâmico

Universal

Contextual

Comparativo

Permitindo o cruzamento de perspectivas

Orientado para as generalizações

Orientado para verdades singulares que podem emigrar para outros lugares socio-cognitivos

 

Fonte: J. Oliveira-Formosinho (2001). A visão de qualidade da Associação Criança: Contributos para uma definição. In J. Oliveira- Formosinho & J. Formosinho (Coords.), Associação Criança: Um contexto de formação em contexto (pp. 166-180). Braga: Livraria

 

            Como foi referido por Geneviève Jacquinot relativamente aos média, as TIC “só podem servir de fonte de acesso ao conhecimento se forem integradas, dentro ou fora da escola, no quadro de um projecto ou de uma metodologia. (…) É urgente definir uma nova função da escola na sociedade actual. A questão mais importante é a de saber como vamos fazer uma educação democrática para todos ou, pelo menos, para uma maioria. (…) Devemos construir um discurso sobre a nova função da escola na sociedade tecnológica e criar práticas novas. Uma educação para os media bem controlada, exigente, pode ajudar-nos muito nessa tarefa (Jacquinot, 1995)”.

 

            3 - Diferentes tipos de QI e software

As marcas de QI existentes no mercado nacional são aqui referidas pois importa indicar algumas características técnicas e de software destes equipamentos, ajudando assim a acompanhar de forma mais esclarecida as ofertas existentes possibilitando assim tomar decisões de escolha ou aquisição mais esclarecidas.

Existem actualmente 4 tipos de QI:

A – Aqueles que convertem qualquer quadro existente numa sala em interactivo; usam um receptor de ultra sons que detecta os sinais enviados por “canetas especiais”, permitindo registar tudo que se escreve nos quadros; é o mais barato do mercado mas tem menos funcionalidades que os sistemas normais; a grande vantagem é a de ser facilmente movível e de se adaptar aos quadros existentes na sala de aula. São exemplo os QI das marcas Ebeam e Mimio.

B - Os que usam tecnologia baseada na resistividade, sensível ao tacto, onde não é necessário o uso de canetas especiais; já que o dedo pode funcionar com “rato”. A superfície é de PVC; são exemplos os da Smart e da Polyvision.

C - Os que usam tecnologia em superfície rígida. Torna-se necessário o uso de uma “caneta” especial. São muito resistentes ao impacto. São exemplos os da marcas Hitachi e Promethean.

D – Por último, os de projecção interior, que não precisam de projector. O seu custo é mais elevado mas tem a grande vantagem de não existir sombra, pois a projecção é feita pelo próprio quadro e não precisarem de projector. São exemplo o Hitachi e SmartBoard [6]

            A escolha do software depende muito das necessidades e do orçamento de cada instituição Apesar de algumas diferenças, existe um núcleo de funções que são constantes de todos os softwares.

Tecnologias disponíveis:

Existem três tipos de tecnologias aqui sintetizadas neste quadro [10]           

Quadro 2

            Deixo também aqui os quadros comparativos ( 3 e 4 ) sobre as principais características funcionais destes QIM. Quanto à interoperabilidade entre software, ao nível do acesso a ficheiros de diferentes marcas os QI são compatíveis com todas as aplicações informáticas compatíveis com o rato. Contudo, numa utilização comum, é fundamental conhecer um conjunto essencial de funcionalidades do software proprietário, nomeadamente as  relacionadas com a tinta digital (escrita, desenho, formas etc,) com a captura e integração de informação em suporte digital (software, páginas Web, recursos do professor,…) publicação e distribuição da informação

Quadro 3

 

Ver em http://moodle.crie.min-edu.pt/mod/resource/view.php?id=19139 acedido em 10/7/09)

Software e Recursos Educativos para os QIM

 

            Quadro 4

 

3 – Vantagens e desvantagens dos    QI

            Esta ferramenta tecnológica, que deverá assumir sobretudo o papel de ferramenta cognitiva, pode ser um estímulo para o fomento da interactividade na sala de aula e até fora dela. Todos sabemos que a conquista da interactividade não é garantida apenas pelos recursos tecnológicos, por mais ricos que sejam, aplicando-se  esta evidencia aos QIM. Dito de outra forma, o que precisamos realmente não são recursos pretensamente interactivos mas situações reais de interacção entre alunos e professores... que, obviamente necessitam de recursos que levam muito tempo a produzir. Existem alguns exemplos em http://r21.ccems.pt.

            Aquando do Programa para a  sua implementação nas Escolas assistiu-se a algumas manifestações de resistência e de contestação quanto a sua utilidade. No entanto todos os estudos que tem sido realizados (ainda que poucos, quanto a uma dimensão amostral e temporal significativa, dado o que pude perceber), apontam para a existência de um número de vantagens muito superior às desvantagens enumeradas. Esse levantamento está feito, e quanto a algumas das desvantagens que irei enumerar devo referir que o próprio aperfeiçoamento técnico das marcas tem conseguido minorar ou até eliminar alguns problemas apontados.   

Se elencarmos as muitas e variadas funcionalidades dos QIM, quem tem utilizado esta tecnologia enuncia de forma mais ou menos generalizada como vantagens. as aulas tornarem-se mais vistosas e atractivas tanto para professores como para alunos / formandos, aumentando a oportunidade de participação e discussão, reforçando os níveis de interactividade. Também se refere que a boa utilização dos QI, permite ao professor que para além de ensinar disponha de mais tempo para assumir outros papéis como o de mediadorr, orientador ou facilitador das aprendizagens Isto fica a dever-se as características funcionais dos QIM, que permitem:

 

Vantagens para alunos

- possibilitar a todos a escrita, mesmo manual, na sua superfície;

- salvar e poder disponibilizar noutras plataformas uma aula ou sessão:

- criar impactos visuais e até proporcionar efeitos teatrais em sala de aula

- facilitar o controlo e gestão da turma / grupo

- disponibilizar rapidamente uma grande gama de recursos e apresentações;

- facilita o trabalho de mapeamento de conceitos;

- Aumenta a motivação e atenção dos alunos;

-  Induz a uma participação mais activa dos alunos;

-  Aumenta a diversidade de actividades a realizar na sala;

-  Possibilita a utilização de conteúdos animados, coloridos, atractivos e interactivos;

- A taxa de retenção de conhecimentos é muito mais alta com o Q. I. M. do que em aulas em que este recurso não está presente (de acordo com um estudo realizado por Tate em 2002);

Vantagens para os professores

 

- permite várias estratégias de ensino, sedo adequado para combinar trabalho individual com trabalho por equipas

- é uma óptima tecnologia para o professor construtivista, visto que favorece o pensamento crítico dos alunos

- é um recurso flexível e aplicável a inúmeras situações educativas; como a feitura de anotações em páginas Web, recorrendo a marcadores de diferentes cores…

- pode ser utilizado em modo de videoconferência, favorecendo a aprendizagem colaborativa, através de ferramentas de comunicação;

- desperta e desenvolve em todos o interesse por novas estratégias pedagógicas e pelas TIC como recursos educativos

- permite a gravação, impressão e reutilização dos trabalhos e a sua  mais eficiente preparação

- disponibilidade de novas ferramentas para atender as particularidades individuais dos alunos, especificamente para aqueles com dificuldades de aprendizagem

Aproveito para convidar o leitor a visitar o site http://www.schoolzone.co.uk/resources/IWB/tools.asp

onde poderá assistir alguns vídeos que ilustram algumas das vantagens que acabo de enunciar.

 

Desvantagens para os alunos

 

- adaptação a novas formas de estudar e de participar

- inexperiência na sua utilização (normalmente de fácil superação)

 

Desvantagens para os professores

 

- Algumas resistências, por falta muitas vezes de formação e falta de uma estrutura / equpa de apoio,  na utilização do QI

- investimento na aprendizagem, implicando disponibilidade de tempo ( e mesmo financeira)

- a concepção de materiais e de estratégias de utilização e rentabilização deste recurso requer um significativo investimento em termos de tempo

- questões de índole prática, como custo, instalação, falta de mobilidade e condições das salas de aula;

 - o  QI tem a desvantagem de se projectar a sombra de quem escreve no quadro (devido á luz do projector de vídeo mas que alguns modelos já resolveram), obrigando a pessoa a escrever numa posição incomoda para que os outros elementos vejam.

- outra desvantagem é o desfasamento entre o momento em que se escreve e o momento em que surgem as letras no QI.

 

Num primeiro contacto com os Quadros Interactivos alguns professores referem desvantagens  face ao uso do computador com projector, de preferência um tablet PC, o facto  das marcas e software diferente. não serem standard , o reduzido tamanho, difícil de ver em sala grande, não se justificando por isso o investimento. Como qualquer outra tecnologia educativa os QIM podem ser observados, pelo menos, sob dois pontos de vista:

-      pela  sua eficácia

-      pela sua eficiência

Por eficácia entende-se a capacidade em atingir os objectivos para que foi proposta. Comparação entre os resultados obtidos e os objectivos pretendidos.

Por eficiência entende-se a relação entre os meios utilizados e os objectivos pretendidos e pode-se medir em termos económicos, técnicos, educativos, etc..

            Assim, em primeiro lugar, por uma questão metodológica, seria necessário conhecermos com alguma exaustão os objectivos que se propõem atingir com o uso de um QI – objectivos cognitivos, objectivos relacionais, objectivos pedagógicos, objectivos psico-motores, outros objectivos. A desagregação deste quadro de objectivos daria só por si uma base de reflexão, observação e análise bastante alargada e certamente esclarecedora.

            Nesta perspectiva seria interessante comparar os resultados obtidos pela sua utilização e os objectivos pretendidos. Quais os aspectos disfuncionais? Pontos fortes e pontos fracos?

Mas a eficácia  também passa pela forma como é utilizada a tecnologia, o seu grau de simplicidade ou complexidade que poderá estar associado ao seu uso em situações de ensino e aprendizagem, da existência ou não de aspectos complementares que estejam associados ao seu uso eficaz (pode servir de exemplo preliminar no caso dos QI, do software de suporte e do software específico de conteúdo lectivo) do nível de conhecimentos técnicos e competências que o utilizador/professor deverá possuir para que o seu uso seja eficaz.

Quanto à eficiência, esse estudo pressuporia o estudo comparativo entre os objectivos que se pretendem atingir e os meios que são necessários para realizar uma acção de ensino e aprendizagem com recurso aos QI.

            Numa primeira e simples abordagem, o uso de QI pressupõe um aparato, muito pouco flexível, dispendioso e de utilização directa difícil, de equipamentos (hardware) e programas (software). Mas também será fácil de perceber que poderão existir (existirão sem dúvida) muitas situações que façam uso das novas TIC que poderão ser utilizadas com eficiência com recurso aos QIs, tornando-os desta forma eficientes.

            A eficiência desta tecnologia está também fortemente ligada à existência de software educativo específico disponível, de qualidade.

            Nas minhas pesquisas fiquei a saber que O Chameleon é um aplicativo que permite utilizar o software Starboard, que equipa os Quadros Interactivos Magicboards, em qualquer quadro interactivo, facilitando, assim, a partilha de recursos. O Chameleon permite que as escolas utilizem um software padrão nas suas aulas, independentemente da marca de quadros interactivos adquiridos. Com uma única licença é possível equipar todos os computadores da escola.

Podem consultar o software aqui:

http://www.magicboards.pt/aemb/prod.aspx?contentid=412ED7305E493645E04400144F16FAAE

 

4  - Como conseguir a interactividade

 

Costumo relacionar a interactividade com o grau de envolvimento do aluno na aprendizagem

Definição de envolvimento

O envolvimento é concebido como uma qualidade da actividade humana, que é: a) reconhecido pela concentração e persistência; b) caracterizado pela motivação, atracção e entrega à situação, abertura aos estímulos e intensidade da experiência (quer ao nível físico, quer ao nível cognitivo) e por uma profunda satisfação e energia; c) determinado pelo impulso exploratório e pelo padrão individual de necessidades ao nível do desenvolvimento cognitivo; e, d) indicador de que o desenvolvimento está a ter lugar

 (Laevers, 1994a). http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v22n1/v22n1a09.pdf

O que é então necessário para colocar em prática a interactividade?

Não existindo receitas, é no entanto possível enunciar alguns princípios  para um  bom ensino contemplando a aprendizagem interactiva.

Estes podem incluir, tarefas que constituam desafios, actividades que promovam a ética, a  confiança, o respeito, e a aceitação construtiva da crítica, fazendo da análise do  erro um trampolim para superar dificuldades. É  necessária também uma liderança e planificação que seja capaz de antecipar necessidades e de fornecer alternativas.

O reforço da discussão,  o levantamento e exploração de questões em sala de aula pode ser optimizado pelos QIM, recorrendo tanto a “velhas” como a “novas” técnicas:

- utilização da imagem como estímulo;  brainstorming, votações, triagens,.. divulgação de actividades, partilha de conhecimentos;  uso de salas de conversação, fóruns..partilha de recursos e conhecimentos

Embora  seja também necessário a exposição ou apresentação, podemos sempre qu possível, integrar a interactividade, dando oportunidade a momentos de feedback.  Os alunos podem fazer leitura partilhada, escrita colaborativa, resolução cooperativa de problemas, facilitar aos alunos as sua apresentações.

Como síntese partilho aqui os 10 mandamentos para o utilizador dos QIM, presentes no site  

http://moodle.inscola.org//file.php/1/101idquadrointeractivo.pdf pág 25

1- prepare a aula com a devida antecedência (não significa encher um ficheiro de conteúdos)

2 – Na aula devem ser os alunos os principais actores

3 – planifique os diferentes momentos da aula

4 – aprenda a utilizar todos os recursos disponíveis

5 – faculte aos alunos acesso aos materiais utilizados

6 – utilize esquemas, imagens e gráficos para comunicar a informação

7 – treine o uso do programa interactivo que vai usar na aula

8 – aprenda  a guardar  os ficheiros produzidos pelo programa do QI

9 – preveja sempre actividades alternativas

10 – mesmo que qualquer coisa corra mal, manter a calma e recorrer aos procedimentos normalizados para situações tipificadas (a elaborar )

 

5  – Produção  e utilização de conteúdos

 

Enquanto professores, quando escolhemos ou realizamos actividades a serem usadas no Q. I. M devemos ter em linha de consideração o seguinte:

- A sua funcionalidade;

- A faixa etária a que se destina é a adequada;

- O objectivo do seu uso;

- O grau de interactividade;

- Características técnicas.

Por tudo isto, Gomes & Silva (1997) diz que “as aplicações educativas devem ser avaliadas em múltiplas perspectivas de forma a garantir a sua qualidade e eficácia”.

Podemos ter diversos tipos de recursos para utilizar nos quadros interactivos: recursos apenas com imagens e textos, com exercícios interactivos (construídos em Notebook ou em Hotpotatoes ou outros), com objectos móveis, com integração de animações flash/filmes e com hiperligações para o acesso à internet (wikis, blogs, etc.) ou a outros ficheiros importantes para a aula. Estes recursos podem ser simples ou elaborados dependendo do que o professor pretende para a sua aula, do tempo que tem disponível para a construção desses materiais e da experiência que tem a trabalhar com as ferramentas necessárias.

A utilização do QI na sala de aula constitui então uma oportunidade que os professores têm em  aceder a repositórios de objectos de aprendizagem, produzidos no âmbito de grupo disciplinares ou de acções de formação, que se encontram disponíveis na intranet da sua própria escola ou em qualquer sitio disponível on-line. Para tal o QI deve estar ligado a um computador com acesso a Internet.

Existem já disponíveis múltiplos recursos em vários formatos, disponíveis na web para utilização livre, outros recursos são disponibilizados pelas próprias marcas de QI, centros de formação, e equipas especializadas também tem para partilha jogos, programas actividades várias para todos os níveis de ensino e diferentes áreas do saber. Cada professor, isoladamente ou em equipa é um potencial autor de novos recursos educativos

Como exemplo de conteúdos para QIM indico estas ligações.

http://www.quadrosinteractivos.com/index.php?option=com_content&task=view&id=97&Itemid=98 ;

em  inglês http://www.malhatlantica.pt/mathis/Tarefas/quadros/quadros_interactivos.htm

Observando exemplos e analisando-os criticamente seremos depois mais exigentes tanta na escolha como na produção.

 

6  - Podem os QI promover o ensino à distância?

O facto de poder colocar no moodle as aulas actividades e recursos realizados ou propostos possibilita que os alunos  tenham acesso aos mesmos fora da Escola. O uso de fóruns permitem uma comunicação assíncrona que pode depois ser explorada em contexto de sala de aula. Os encarregados de educação, através da plataforma podem acompanhar melhor as participações dos seus educandos. O que se passa na aula pode então ter continuidade fora dela.

Fiquei a saber que a educação à distância é uma potencialidade do quadro interactivo, através de ferramentas, como o NetMeeting, ou software específico da Smart Technologies;

e através da escolha de qualquer das aplicações de conferência do SMART Board (opcional) é possível a partilha de documentos e notas escritas com estudantes de qualquer local.   

No entanto este é um aspecto que preciso de pesquisar mais e para o qual disponho de escassa informação, nomeadamente quanto á evolução do software dos QIM, vocacionado para este fim.

 

7 – Conclusão

As novas Tecnologias da Informação e Comunicação estão cada vez mais presentes no meio escolar, e, destes “novos” instrumentos tecnológicos, espera-se uma acção pedagógica cheia de expectativas, porventura demasiado optimistas... São esperados melhores resultados, um ensino motivador e ofertas educativas diversificadas. Urge então mudar os contextos em que os docentes intervêm, não bastando, por isso, criar e incutir nos professores uma apropriação de técnicas, saberes e instrumentos desarticulados das suas próprias práticas educativas e do funcionamento da escola, é necessário, por isso, incentivar e motivar os professores para o uso consciente e efectivo das novas tecnologias, neste caso, o uso do Quadro Interactivo Multimédia.

            Devo agora referir que este estudo decorreu, na sua globalidade, de acordo com o que  havia pensado inicialmente. Isto é, a recolha de dados decorreu dentro da normalidade. A informação disponível está muito dispersa e se existe em abundância  relativamente a aspectos técnicos, escasseia quanto a fundamentação teórica na sua utilização, ou a estudos que cotejem as suas vantagens educativas bem fundamentados. Será uma campo ainda a trabalhar, sobretudo para sistematizar um conjunto de boas práticas que tornem o ensino actualizado face a Sociedade da Informação onde já vivemos.

 

Bibliografia e Webgrafia

 

- LIVRO VERDE (1997) – Livro Verde para a Sociedade de Informação em Portugal.

Missão para a Sociedade da Informação

- ADAMS, M, “Whiteboard guide”, [http://www.interactive-whiteboards.co.uk],

disponível em 05/07/2009.

- AFONSO, Carlos, Professores e computadores, Edições Asa, 1993.

 ALVES, João Carlos Guerreiro, As TIC e a gestão pedagógica: As Tecnologias da

Informação e Comunicação ao serviço dos professores nas suas tarefas

pedagógicas, Dissertação de mestrado em Ciências da Educação,

Universidade Católica Portuguesa, 2006.

- BEELAND, W. D, “Student Engagement, Visual Learning and Tecnology: Can Interactive

Boards help?”,

[http://chiron.valdosta.edu/are/Artmanscrpt/vol1no1/beeland_am.pdf],

disponível em 03/07/2009.

0  Meireles, Alcides José da Costa  http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/alcides/docs/tesecompleta.pdf *

1  Mende, Maria Balsamão, As TIC E A Sociedade actualhttp://www.prof2000.pt/users/mbmendes/as%20tic%20e%20a%20sociedade%20actual.htm *

2   Levy, P. (1997), Cibercultura, Lisboa, Instituto Piaget.

3 – O Eduquês em Discurso Directo, gradiva

4 - http://moodle.crie.min-edu.pt/mod/resource/view.php?id=19139 *

ver  Apresentação "QIM e os contextos de aprendizagem"  *

5  - http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/alcides/docs/tesecompleta.pdf *

6 - http://www.malhatlantica.pt/mathis/Tarefas/quadros/quadros_interactivos.htm *

http://esob.portal-escolar.com/QuadrosInteractivos/default.aspx *

7 - OLIVEIRA, T. (1998) “As Novas Tecnologias de Informação e o Desenvolvimento das Competências Cognitivas”, A sociedade da informação na escola, Lisboa, Conselho Nacional da Educação.

8 - http://esob.portal-escolar.com/QuadrosInteractivos/default.aspx *

9 - http://iwl.einstruction.com/redirect.php *

10 -  Redes. (2006). La pizarra interactiva como recurso en el aula. Acedido em 161107, disponível em http://dewey.uab.es/pmarques/dim/docs/Redes_InformePizarrasInteractivas_250506.pdf  *

11 - Projecto Investigacao QIM ( Rute)

http://www.scribd.com/doc/15237774/Projecto-Investigacao-QIM *

12 - R21 – Conteúdos educativos para o século XXI, “Projecto TIME”,

[http://r21.ccems.pt/PROJECTO/TIME/tabid/311/Default.aspx], disponível

em 28/06/2009.

 

* verificados e acedidos no dia 11 /07/20

 

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